03/12/2012

Por falar em viola.....veja o que rola por ai....


Filho do Mato com Daniel

Um rastro de boiada sobre o capim batido
Lá na curva da estrada um berrante doído
Um grito de peão
E o meu coração ta feito um boi perdido.

Quem tem o chão na veia, quem tem raiz no chão
Morando na cidade mistura saudade com alucinação.
Quem é filho do mato chama o mato de pai
Quem vice na saudade
Só vai na verdade onde a saudade vai.

Meu coração menino brinca de ser valente
No piso na varanda que descansa essa mente
Ao som de uma viola
Que por deus consola a solidão da gente.

Botei a mão pra fora senti pingar na palma
Parece que deus sabe que a chuva me acalma
E esmo aqui distante
Um pingo é bastante pra lavar minh'alma.

E se chover mais forte vira enxurrada
Que leve a minha sorte pela mais longa estrada
Que seja compreendida
A lição que da vida não se leva nada.








Não Toca Em Minha Vitrola
João Carreiro e Capataz

Esquecendo da cultura
Tão mudando a postura
Só pra fugir do lugar
É o sertanejo moderno
Brinco de argola e terno
Só canta comercial

Modinha sem fundamento
Deixando no esquecimento
Toda nossa tradição
Não se fala em boiada
É só moda bagunçada
E o assunto é traição

Pode até fazer sucesso
Mas se tem brinco de argola
E se dança e rebola
Não toca em minha vitrola

Quem tem que usar da viola
Pra levantar sua bola
Me dói no fundo da alma
Só pensando em ter lucro
O sertanejo fajuto
Não sabe o valor da palma

Nunca viu fã de verdade
Que até chora de saudade
Quando escuta um modão
Caipira sem esculacho
Não empurra goela abaixo
Escuta quem tem paixão

Pode até fazer sucesso
Mas se tem brinco de argola
E se dança e rebola
Não toca em minha vitrola

Moda boa faz sentido
Não precisa de gemido
Pra demonstrar sentimento
Fã da moda verdadeira
Tem a coleção inteira
Não só modinha do momento

É ignorância minha
Mas igual galo de rinha
Meto a espora e firmo a asa
Enquanto eu ''tive'' vivo
E deus me der juízo
Isso não toca la em casa

Pode até fazer sucesso
Mas se tem brinco de argola
E se dança e rebola 3x
Não toca em minha vitrola


Filho do Pantanal
Lourenço e Lourival

Não me censure se eu falar errado
Eu nasci no mato, nunca estudei.
Sou um homem simples, pobre pantaneiro.
Juntos aos animais que eu me criei.
Mas não é preciso de nenhum estudo
Basta olhar o mundo com a consciência
Será que você ainda não percebeu
Que a natureza é o espelho de Deus
Onde se reflete sua própria existência.

Sou pantaneiro, nasci ali.
Sou filho da terra, do mato e da água.
Se até hoje eu não morri
É porque minha pele não serve pra nada.

Sei que sou pequeno, represento pouco.
Perante o problema no país inteiro
Mas a coruja que defende o toco
Esse é meu papel sendo um pantaneiro.
Não deixe que um dia esse paraíso
Venha ser apenas um livro na história
E pela raiz que se corta o mal
Por favor, defenda o meu pantanal.
Dos exploradores da fauna e da flora.

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